Último outono.Não muito alegre, mas nem tão triste, apenas um outono diferente.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

AvE MAriA gaúcha


Em minha vida, depois de criar meus filhos, o meu jetivo maior era conhecer o meu País de ponta a ponta. Consegui e fiquei feliz por isso, porque não existe nenhum lugar no mundo sequer parecido com o nosso. Claro que existem coisas belíssimas no mundo, mas nada se iguala ao nosso Brasil como um todo. As dicotomias regionais são assombrosas! E quando estava em determinado lugar, procurava imediatamente assimilar a pronúncia. Era a maneira de me entrosar naquele lugar, naquele estado. Canto o Hino Nacional, com as mais variadas pronuncias. A pronúncia paranaense é sempre a primeira, seguida depois pela mineira, pela nordestina, pela carioca, pela cuiabana, pela macuxi e assim por diante. Assimilo de tal maneira que ao entrar numa sala de aula da Faculdade de Santo Antonio da Platina, ouvi alguém gritar: a Catarinense chegou! E eu estava chegando de Chapecó. E eu sou paranaense. Quando cursei a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, aprendi a falar como gaúcha. E curto o meu Brasil como se ele fosse a melhor coisa do mundo. Dia desses recebi de um amigo um e-mail maravilhoso. AVE MARIA GAUCHA de ODILON RAMOS-Imagens: Internet. Formatação de Nair @dualnet.com. br que eu transcrevo respeitando os créditos e dedico a todos os meus leitores, reconhecendo que o folclore gaúcho é um dos mais ricos do Brasil.
“Ao reponte do sol que descamba e, o dia se aproxima do arremate, pelos campos e nos matos da querência, o revoar da bicharada, voltando nos ninhos...”.
É hora de recolhimento. No rancho que há no interior de mim mesmo, eu, gaúcho de fé, me arrincono e medito. Despindo o poncho da vaidade e do orgulho tiro o chapéu, apago o pito e me achego pra uma prosa com o Patrão Maior.
Na sua presença, meu sangue quente de farrapo, se faz manso e caudal.
Entrego-lhe, minha alma, afoita de alcançar lonjuras e abrir cancha em brisa do destino...
Renuncio a minha xucra rebeldia e me faço doce de boca macia e de tronco para dizer:
Gracias Patrão, por tudo que me deste!
Por esta querência. Senhor, que meus ancestrais regaram com seu sangue e que aprendi amar desde piá. Pelos meus parceiros desta ronda da vida, sempre de prontidão para me apadrinharem na campereada mais custosa ou para ou matearem comigo na hora do sossego. Reparte com eles meu Patrão, esta fé que me deste e este orgulho pela minha querência.
Ajuda Patrão a manter acesa esta chama. Concede sempre ao gaúcho força no braço e o treino pra saber o que é correto.
Dá-nos consciência para preservar a nossa cultura, livre da invasão de modismos.
Conserva a essência e a beleza da nossa tradição.
E agora, com licença, Patrão, que vou aproveitar a olada para um dedo de prosa com Nossa Senhora.
Ave Maria. Primeira prenda do céu, contigo está o Senhor, na Estância Maior.
Tu és bendita entre todas as prendas e bendito é o piá que trouxeste ao mundo: Jesus!
Maria mãe de Deus e mãe de todas nós, rogo pela querência e pelos gaudérios que aqui moram, nesta hora e no instante de minha última cavalgada. “AMEM”.
Que linda Ave Maria do gaúcho. Mas como sou brasileira e reconheço dentro de mim um pedacinho de cada chão brasileiro, uma mistura de vozes pronúncias diferentes, cantos regionais, danças, Bumba meu boi, frevo, carimbó e o mais espetacular deles o maracatu, sinto-me no direito de cantar e contar as belezas desse país maravilhoso, que os corruptos tentam enxovalhar de lama, e cobrir de opróbrio esse chão maravilhoso abençoado pelo Patrão Maior. Tão maravilhoso que no céu estrelado fulgura brilhante o Cruzeiro do Sul. E encerro cantando como Vicente Celestino: “Oh! Meu Brasil, quando contemplo o seu passado, sinto em minha alma a ressonância de um clarim e descortino seu futuro deslumbrado porque não vejo outro país tão grande assim”. Berço de Heróis! Terra de luz e de bondade! É a alma patriota que deixa de lado tantas falcatruas e canta as belezas da nossa terrao/span>b.
Condensado de Diário do Iguaçu, CrôniCA DE Neide de Azevedo Lima, escritora de Chapecó Santa Catarina. Leia mais www.diariodoiguacu.com.br

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